Vida ou liberdade? Fique com as duas!

Autor: STIEESP

26 de janeiro de 2022

A incrível capacidade de falar inverdades e imbecilidades do mandatário maior da nação não para de nos surpreender, sendo aplaudida e copiada por seus subordinados e admiradores.

Recentemente, em mais uma de suas recaídas verborrágicas e agressivas, o capitão cloroquina, do alto da sua pretensa capacidade de gerar frases de efeito, afirmou: “às vezes, é melhor perder a vida do que a liberdade”. Mais uma vez, ele exibiu sua descrença com as vacinas contra a COVID-19 e a sua disposição em boicotar a sua aplicação – mesmo que isso signifique o isolamento do país e as mortes de milhares de pessoas.

O mais incrível é que, movido por um sentimento de submissão, de sedução pelo holofote da política, de vislumbrar um cargo político eletivo, o ministro responsável pela saúde do nosso povo ignorou, por completo, o juramento de Hipócrates, que, dentre as suas promessas, encontramos as seguintes: 

“Aplicarei os regimes para o bem do doente, segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”

“A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal, nem um conselho que induza a perda”

E repetiu a frase do seu comandante. Que droga.

O que é vida?

A preocupação com a origem da vida está presente nas mais diversas culturas, nas religiões e também na ciência. Isso implica que cada indivíduo pode entender o sentido da vida, de acordo com suas experiências pessoais, crenças, paradigmas, valores e conhecimento. 

Sendo assim, apesar de o conceito de vida ser amplo e de as pessoas poderem basear sua opinião em estudos científicos, na fé, ou, ainda, simplesmente acreditar ou não em algo superior que oferta e conduz a vida, não podemos discordar de que o conceito mais adequado, até os dias de hoje, é de que a vida é um estado de atividade incessante dos seres. É o período que decorre desde o nascimento, até a morte. 

Este conceito também é estendido para as máquinas, carros, utensílios domésticos e equipamentos eletroeletrônicos, ao usarmos a expressão “vida útil”. A amplitude do conceito de vida é facilmente percebida, em função de inúmeras classificações e dimensões que usamos no dia a dia, tais como: “vida boa”, “vida social”, “vida de cão”, “vida eterna”, “vida pública” etc.

O que é liberdade?

O conceito de liberdade, tal qual o de vida, possibilita a sua “divisão” em diferentes segmentos – como, por exemplo, liberdade de pensamento, de expressão, de imprensa, de ir e vir, religiosa, entre outros.

De forma simples, é possível afirmar que liberdade é um conjunto de direitos reconhecidos ao indivíduo, de forma isolada ou coletiva, que lhe outorga o poder de exercer sua vontade, dentro dos limites estabelecidos por leis, regras e códigos de conduta, os quais buscam organizar e harmonizar as relações sociais e interpessoais.

Isso significa que você tem o direito de agir segundo o seu livre arbítrio e de acordo com a sua própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. Liberdade nos dá a sensação de que não dependemos de ninguém, mesmo sendo seres sociais, convivendo com outros indivíduos durante nossas vidas.

Existe liberdade sem vida e vida sem liberdade?

De acordo com a afirmação de que podemos fazer o que quisermos, desde que respeitemos os direitos dos demais e não prejudiquemos ninguém, podemos concluir que é inviável e mesquinha a separação entre vida e liberdade.

Se você estiver morto, qual a utilidade e o sentido da liberdade?

Se você está privado de seus direitos básicos – como direito à própria vida, à saúde, à alimentação, à moradia, à segurança, à educação e ao emprego – não podemos afirmar que você tem uma vida plena. Neste caso, você está sobrevivendo, e não vivendo.

Não há vida sem liberdade, muito menos liberdade sem vida.

Encobrindo o autoritarismo e a incompetência

O tempo gasto pelo atual governo com ataques à Democracia, à vida e à liberdade, é algo que nunca se viu em outros governos, inclusive durante o período da ditadura – também repetidamente negada em lives, discursos, falas e ações.

São incontáveis as vezes em que o presidente, seus ministros ou agentes públicos se veem às voltas, com a missão de reparar ou minimizar erros do próprio governo. Essas falas, discursos, posicionamentos, decretos, portarias, medidas provisórias e outros instrumentos de políticas públicas, via de regra contém dados errados ou manipulados.

Criou-se uma realidade paralela pelo atual governo. Um enredo de mentiras, distorção de fatos, divulgação de mentiras e ataques a conceitos, valores, pessoas, instituições democráticas e de desmonte da Democracia em nosso país.

Tudo isso acontece com o propósito de encobrir a incompetência e o autoritarismo do grupo que, por ora, está no poder. O capitão cloroquina não assimilou quase nada do que lhe foi ensinado nos quartéis, e entende que fortalecer as Forças Armadas é dar guarida a mais de seis mil militares em órgãos públicos.

O papel das Forças Armadas é outro. A instituição deve assegurar a soberania nacional e garantir a paz institucional, conforme estabelecido na Constituição Federal. Neste sentido, é bom reavivar alguns deveres militares contidos na publicação “Cartilha 2 – Valores e Ética Profissional Militar da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército e Trabalhadores na Academia Militar de Agulhas Negras – AMAN”:

  • Amar a verdade e a responsabilidade, como fundamento da dignidade pessoal;
  • Respeitar a dignidade da pessoa humana;
  • Acatar as autoridades civis.

Além desses deveres, a Portaria nº12, de 12 de maio de 1998, do então DEP, aborda diversos requisitos básicos essenciais, que devem ser desenvolvidos e aprimorados. Dentre eles, destacamos:

  • Civilidade – capacidade de observar normas que regem as relações interpessoais;
  • Sensibilidade – capacidade de perceber e compreender o ambiente, as características e os sentimentos das pessoas e/ou grupos, buscando atender aos seus interesses e necessidades;
  • Sociabilidade – capacidade de estabelecer interação com as pessoas, propiciando um ambiente cordial.

O comportamento do presidente em exercício demonstra, claramente, que ele pouco aprendeu em sua carreira militar. Ao abrir fogo contra a vacinação, contra aqueles que divergem de seus atos agressivos e contra o equilíbrio democrático entre os três Poderes, Bolsonaro demonstra a sua única preocupação em proteger sua família e seus amigos, mesmo que isso signifique colocar uma coleira na população, tentando induzi-la a optar entre a vida e a liberdade.

Exercendo a nossa liberdade e em defesa da vida, jamais vamos separar uma da outra. Decidida e democraticamente, vamos ficar com as duas. Viva a Liberdade, seja livre para viver!

 

ESTÁ GOSTANDO DO CONTEÚDO? COMPARTILHE

Facebook
Twitter
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aproveite e veja também: