Bolsonaro governou (?) sob efeito de drogas?

Autor: STIEESP

22 de maio de 2023

O ex-presidente Bolsonaro, em seu depoimento na Polícia Federal, alegou que estava sob o efeito de medicamentos quando postou “sem querer” (segundo ele e seus advogados), um vídeo que fazia ataques à democracia e ao sistema eleitoral brasileiro, em especial às urnas eletrônicas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as drogas são definidas como substâncias encontradas na natureza ou produzidas em laboratório, que, quando introduzidas no organismo humano ou de um animal, podem modificar uma ou mais funções, comprometendo a capacidade mental ou motora desses organismos. Devemos ter em mente que existem drogas classificadas como lícitas (a exemplo dos medicamentos) e drogas ilícitas.

Segundo a defesa do ex-presidente, o mesmo se encontrava sob efeito de morfina, ministrada em hospital por causa das fortes dores abdominais decorrentes do seu problema intestinal crônico. Causa estranheza essa afirmação, pois vários estudos médicos apontam que, o uso de morfina por períodos longos, em função da dosagem, acarreta a constipação (obstrução) intestinal — justamente o problema que motivou a internação do ex-presidente.

Não podemos ser levianos ou presunçosos, em querer discutir a atuação de profissionais da medicina, mas temos o direito de saber se, durante as inúmeras manifestações em eventos públicos, as lives das quintas-feiras, nas motociatas e nos comícios de campanha, o ex-presidente também estava sob o efeito de drogas.

A razão dessa pergunta é simples, pois o comprometimento da atividade mental em função do uso de alguma droga é identificado e diagnosticado quando o paciente demonstra um comportamento diferente daquele que é o usual. Pode ser que esse comportamento seja mais agressivo, depressivo, que a fala fique pastosa, que a visão e o raciocínio sejam reduzidos ou limitados, entre outros sintomas.

A divulgação de mensagens e vídeos e os constantes ataques à democracia, ao sistema eleitoral, às urnas e aos poderes Legislativo e Judiciário, sempre foram marcas registradas do governo Bolsonaro, e, em especial, dele próprio. Se não ocorreu uma mudança significativa do comportamento, fica a dúvida se o ex-presidente sempre esteve sob efeito de drogas, ou se ele postou de forma consciente o referido vídeo — ou, então, se ele está protegendo seu filho Carlos, o “vereador federal”, que sempre cuidou das redes sociais do papai na época de presidente.

Pode ser que, realmente, o Bolsonaro estava doidão… Pode ser que ele estava protegendo o filho, pode ser que ele se acovardou mais uma vez e não assumiu seu perfil golpista e autoritário, escondendo-se atrás de uma bula.

A única certeza do seu infantil e fantasioso depoimento é que a intenção foi de tratar como um fato isolado o comportamento imoral, ilegal e recorrente, de um político que sempre atacou a República. Os fatos estão demonstrando, dia após dia, que o governo Bolsonaro foi uma droga.

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