Perdeu, devoto! Passe o dízimo, a sua alma e o seu voto!

Autor: STIEESP

30 de setembro de 2022

Mais do que pecado, usar a fé das pessoas para enriquecimento próprio é
crime. Infelizmente, a impunidade também chegou aos altares e púlpitos
impuros, onde a palavra de Deus é distorcida e usada de forma deslavada e
impune, para atender a interesses meramente financeiros (ainda mais nos dias
de hoje, quando a má política anda de mãos dadas com a má fé).

O radicalismo religioso sempre acompanhou, e, por muitas vezes, determinou
os caminhos a serem trilhados pela humanidade. Muita gente já matou em
nome de Cristo e perseguiu aqueles que professaram sua fé em outras
divindades. Reis tiranos promoveram guerras, justificando-as pela sua fé (?),
enquanto líderes covardes distorcem as escrituras sagradas para justificar
atitudes usurpadoras e genocidas.

Nos dias de hoje, é possível afirmar que a fé move montanhas e movimenta
bilhões de reais, usando de forma criminosa e anticristã o nome de Deus. A
intolerância religiosa ganhou de vez as ruas, as mídias sociais e os palanques
políticos, iniciando uma era de trevas, baseada na confusão entre fé e
fanatismo – tudo isso devidamente embrulhado por discursos inflamados de
políticos e seus asseclas religiosos, pregando a inexistente guerra entre o bem
e o mal.

O mala mente, o mala erra, mas jamais a malafaia; todo ser humano que se diz
“acima de tudo”, ou que é um “enviado de Deus”, geralmente está mentindo. O
pseudolíder que profetiza que a pandemia é uma gripezinha, ou que bastaria
uma oração para ficar imune, erra; mas a mala de benefícios financeiros ou
tributários para as igrejas, alinhadas ao capitão cloroquina, ah… essa não falha!

Chega a ser vergonhosa a desavergonhada mistura entre fé e política que está
em curso no Brasil. Um líder religioso, que no passado recente defendia Lula,
passou a atacar o ex-presidente com a chegada do Bolsonaro à Brasília.
Afirmar que votou em Lula, pois, à época não havia nenhuma acusação ou
suspeita de crime por ele cometido, é uma clara demonstração do oportunismo
interesseiro, camuflado com passagens bíblicas.

Este mesmo “líder religioso” declara seu voto em Bolsonaro e faz campanha
para ele, mesmo com as acusações das rachadinhas e da compra de imóveis
sem comprovação da origem do dinheiro vivo. Este mesmo personagem, que
diz defender a família tradicional brasileira, ficou calado quando o capitão
cloroquina puxou um coro se autointitulando “imbrochável” em Brasília, no
último sete de setembro.

A cara de pau é tamanha, que esse animador de culto (já que um líder religioso
não usa a palavra de Deus e nem o tempo dos fiéis para tratar de seus
interesses materiais e políticos), convoca seus incautos seguidores a
acreditarem que sua oração paralisará as urnas eletrônicas por oito horas, se
os votos no Bolsonaro não forem a maioria.

Isso sem contar que, a própria primeira dama, revelou que o Palácio do
Planalto – em especial a sua cozinha – era um espaço dedicado ao demônio.
Oras, tanto tempo vivendo lá, mas somente às vésperas da eleição ela se
manifesta? Será que a princesa é quem vai socorrer o seu futuro príncipe
encantado? Na época das fake news, tudo é possível para ganhar o voto
feminino (menos reconhecer a força, a competência e os direitos da mulher).

Cada eleitor é livre para votar em quem quiser. Existem bons e maus
candidatos, existem boas e más propostas, existem verdades e mentiras sendo
veiculadas no horário político. Há que se lamentar, apenas, que mais uma vez
o eleitorado brasileiro, em sua maioria, não dedique um pouco mais do seu
tempo para comparar os candidatos e separar o joio do trigo.

Na política, não existem milagres. Não existe oração que transforme
candidatos desonestos em exemplos de honestidade e de retidão moral.
Somente o voto consciente fará com que o país não seja tomado de vez pelo
ódio, pelo preconceito, pela impunidade e pela leviandade de se distorcer e
invocar a palavra de Deus para cabalar votos.

Faça sua opção de voto, mas não tente justificar a honestidade e a
competência de quem está desde o início do mandato sem trabalhar. Amém?

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