“Falsonaro”: imobiliária ou lavanderia?

Autor: STIEESP

12 de setembro de 2022

Um estudo realizado no ano passado, com participação do Datafolha, apontou
que 30% dos brasileiros (algo em torno de 60 milhões de pessoas), moram em
imóveis alugados ou emprestados. A Fundação João Pinheiro apontou que, em
2019, o déficit habitacional nacional era pouco maior do que cinco milhões de
casas, ou seja, mais de cinco milhões de familiais não tinham onde morar. Isso
sem levar em conta as famílias que moram em locais sem água potável (36
milhões) e sem saneamento básico (100 milhões).

Se você mora num imóvel próprio, parabéns! Provavelmente, você pesquisou
as taxas de juros cobradas pelos bancos para financiamento imobiliário, e,
muito provavelmente, se assustou com esses valores. A título de exemplo,
hoje, as menores taxas giram em torno de 8,0% ao ano com algum tipo de
correção (ou 9,20% fixos ao ano). Para uma dívida de vinte, trinta anos, é uma
grande quantia de dinheiro – só de juros.

Apesar de a moradia ser um direito de cada brasileiro, previsto na Constituição
Federal, muita gente mora na rua, famílias vivem em cômodos conjugados, as
ocupações não param de crescer e quem possui algum financiamento de
imóvel, já pensou em refinanciar, pois ficou desempregado, trabalha
informalmente sem garantia nenhuma e vive de bicos. Mesmo aquele que tem
carteira assinada não tem certeza de que vai conseguir pagar as prestações,
pois tudo fica mais caro a cada dia que passa e a renda do trabalho só diminui.

Enquanto isso, a família do capitão presidente, com a graça de Deus e “muito
esforço”, alcançou a proeza de comprar mais de 50 imóveis em dinheiro vivo,
conforme aponta reportagem da UOL. Não à toa, alguns membros do clã
presidencial são investigados por causa da incompatibilidade patrimonial em
relação à renda deles. Ou seja, não dá para comprar uma mansão com o que
se ganha mensalmente.

O último caso é da ex-mulher do “Mito”, mãe do Jair Renan, que, no ano
passado, negou que era dona de uma mansão no Lago Sul de Brasília – e
agora, para concorrer a um cargo político, declarou que a mansão dela vale
890 mil reais (sendo que o valor de mercado dela beira os três milhões de
reais).

Não é crime comprar um imóvel com dinheiro vivo, mas você conhece alguém
que anda com sacos ou malas de dinheiro para comprar uma casa? No mínimo
é estranho, mas vamos torcer que a Justiça consiga verificar a origem destes
recursos – seja de rachadinhas, empréstimos, economia, ou mesmo de alguma
milagrosa de multiplicação das notas. Aliás, malas, cuecas e sacos de dinheiro
parecem meios de transporte de dinheiro para vários políticos.

Aguardemos os fatos e as apurações para que a verdade nos liberte. Segundo
o presidente “Falsonaro”, o que vive mentindo, não há problema nenhum em
comprar imóvel pagando com dinheiro vivo; por incrível que pareça, isso é
verdade, mas, se esse dinheiro é de origem ilícita, estaremos diante de um
crime. Qual será a verdade? Uma engenharia financeira familiar fabulosa, um
dom familiar de fazer bons negócios com imóveis ou mais uma lavanderia no
Brasil?

Com a palavra, a Justiça e o jornalismo investigativo.

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