Um Brasil mais desigual e mais intolerante?

Autor: STIEESP

1 de novembro de 2022

A Democracia vai muito mais além do que a realização de eleições livres e
regulares, que é uma das condições essenciais para que o povo possa
expressar sua vontade e seu entendimento político através do voto. Qualquer
um que se denomine minimamente democrático tem a obrigação de respeitar o
resultado das urnas.

Não podemos falar em democracia plena, enquanto houver direitos não
respeitados e milhões de pobres sem a perspectiva de um futuro melhor para
sua família. Que Democracia é essa, que permite que mais de 30 milhões de
brasileiros passem fome? Não é nada democrático que um trabalhador seja
classificado como um inútil para o mercado, só porque não teve a oportunidade
de atualizar-se profissionalmente. Numa Democracia real, as desigualdades
devem ser as menores possíveis e não pode ocorrer qualquer tipo de
discriminação.

Desde a última década, o Brasil vem passando por um sério desequilíbrio
social, que tem agravado as desigualdades e a intolerância política, racial,
xenofóbica, sexual e religiosa. Apesar de a Democracia permitir que diferentes
opiniões, credos e ideologias convivam, ela só pode se concretizar se o
respeito pela diversidade e pelas liberdades existir, de fato. Há regras que
estabelecem um comportamento social, individual e coletivo, que deve, por
questão de sobrevivência de cada indivíduo e da coletividade, ser observadas.
Caso elas tenham que ser mudadas, o diálogo social, o debate de ideias e o
compromisso com o bem-estar de todos devem ser a bússola destas
mudanças.

No dia 02 de outubro, foram realizadas as eleições regulares, sendo que a
definição para os cargos de presidente e de governador ocorrerá em segundo
turno, entre Lula e Bolsonaro. Independentemente de quem sair vencedor, os
resultados das eleições para a Câmara Federal, e, principalmente, para o
Senado, contribuirão para que o Brasil continue na espiral crescente da
intolerância e das desigualdades sociais.

O Congresso Nacional ficará mais reacionário. Se eleito presidente, Lula
enfrentará uma forte e real oposição nas duas casas legislativas. Caso o atual
presidente seja reeleito, ele contará com uma base parlamentar que lhe dará
boa sustentação política. Não podemos esquecer do orçamento secreto, da
postura do Procurador Geral da República e do presidente da Câmara dos
Deputados.

Qual será o comportamento das lideranças religiosas? Qual será o nível dos
debates sobre as ações do Congresso Nacional e das prioridades do povo e do
Brasil? O revanchismo vai continuar a prejudicar o futuro de cada um de nós e
do país?

Será que a direita vai tentar acabar com a esquerda, definitivamente? Como a
esquerda vai reagir? Tempos sombrios virão e cada um de nós deverá refletir
sobre sermos indiferentes à intolerância e à exclusão, até que elas nos atinjam,
ou vamos exigir que nossos direitos sejam cumpridos e que os políticos
governem para todos e todas.

Mais do que votar no segundo turno, o brasileiro deve se preparar para ser
mais consciente a atuante em defesa da Democracia. Se as promessas não
forem cumpridas e os direitos violados, você estará disposto a ir para a rua?
Democracia é mais do que votar, é participar.

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