Seu voto decide o futuro

Autor: STIEESP

24 de setembro de 2024

Dentre as inúmeras mentiras que são contadas diariamente pela grande mídia corporativa, por empresários irresponsáveis do agronegócio, por rentistas ilusionistas da Faria Lima, pela incompetente extrema-direita e pela elite econômica, está a afirmação de que as leis e o Estado não devem impedir a livre circulação do capital, o que seria bom para a economia e para a democracia.

Desde a década de 1990, quando as ideias neoliberais tomaram de assalto a economia nacional, o Brasil iniciou um perigoso processo de desindustrialização. Devemos sempre revisitar o passado, para entendermos o presente com maior precisão e pensar nos caminhos futuros.

O governo Collor notabilizou-se por abrir a economia nacional, por criticar o Estado (caracterizado como um elefante branco) e por chamar os carros nacionais de carroças.

Na sequência, o governo FHC, respaldado pelo Plano Real (que realmente combateu a inflação galopante), aproveitou para transferir o controle da economia nacional para as grandes multinacionais, através da privatização de valiosas e estratégicas empresas estatais. O resultado desses erros foi a fragilização da indústria nacional, a dificuldade de elaborar um plano nacional de desenvolvimento sustentável e soberano e o Estado brasileiro foi quase  cooptado por um sistema financeiro globalizado, ficando atrelado aos interesses das nações dominantes – tanto em termos de disponibilidade de dinheiro, como de domínio tecnológico.

O caso brasileiro é mais uma constatação de que o neoliberalismo é mais uma fase do capitalismo, desenvolvido para superar a maior crise capitalista até hoje ocorrida. O neoliberalismo é um engodo que promete riqueza, mas entrega somente injustiças; que dá falsa sensação de que somos donos de nossas vidas, mas é outra estratégia de dominação e restabelecimento político e econômico das condições políticas, financeiras e econômicas que assegurem os maiores lucros possíveis.

O Estado passou a ser atacado, os Sindicatos passaram a ser atacados e os direitos trabalhistas viraram custos, que impediam a maior competitividade empresarial. Os gastos estatais foram direcionados, através de um Congresso Nacional descolado do povo e manipulado por interesses nada republicanos, para projetos que, ao final, ampliam as desigualdades sociais e a concentração da riqueza.

A classe trabalhadora tem sido duramente atingida pelas promessas de modernidade, das vantagens do empreendedorismo e da meritocracia, que não oferecem as mesmas condições de partida para quem quer mudar sua condição de vida. Curiosamente, a maior classe social do país é incapaz de eleger políticos comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, tanto na dimensão econômica, como nas dimensões social e de justiça. Milhões de brasileiros, extremamente indignados com a sua imobilidade social, são alienados pelos meios de comunicação, pelas mentiras espalhadas por criminosos em suas redes sociais e pela pressão das empresas e do mercado.

O ano de 2013, quando milhares de jovens foram às ruas para protestar contra o aumento do transporte público, abriu a caixa de Pandora para que aventureiros aumentassem o tom das críticas ao sistema democrático e ao governo, que não conseguia dar a proteção social esperada pelos brasileiros. A melhor forma de mudar as coisas passou a ser acabar com as coisas (leia-se: partidos políticos, governo forte, sindicatos fortes, legislação trabalhista, aposentadoria, gastos sociais, educação libertadora etc.).

Nesta onda surfou o bolsonarismo: quatro anos perdidos e um grande retrocesso no debate político, bem como na valorização da ética e da moral (apesar dos falsos discursos “conservadores” que se abateram sobre a sociedade). Foram eleitos os piores políticos da história do Brasil: as sessões plenárias transformaram-se em um circo de horrores, com xingamentos, ameaças e agressões físicas, os debates políticos e a elaboração de projetos de interesse coletivo foram substituídos pela algazarra juvenil, violenta e antidemocrática, que tomou conta das redes sociais.

Novamente, estamos próximos das eleições, mas a naturalização da baixaria está ainda mais evidente nestas eleições municipais. Candidato condenado e preso inventa mentiras para atacar seu principal oponente; candidatos se recusam a comparecer aos debates; as propostas de governo ficam para segundo plano e o povo alienado se diverte com o pastelão tragicômico do retrocesso democrático.

Quem achou que o capitão cloroquina era o fundo do poço se enganou. Temos um candidato boçal, que é mais esperto e fala melhor do que o “minto”, que faz gracinhas nos debates, que não conhece nada da nossa cidade, que não tem nenhuma proposta e ataca jornalistas, cria fake news e ainda tem a cara de pau de falar em liberdade de expressão.

Para refrescar as memórias, em 2011, um vereador paulistano propôs uma homenagem ao Bin Laden, e o atual candidato boçal disse que o vereador estava apenas querendo se reeleger.

Pegou o código? Agora pare e pense, que o seu voto decide que tipo de sociedade queremos. A escolha é simples, lutar pela dignidade do ser humano e resgatar a solidariedade entre as pessoas, ou viver em um lamaçal de mentiras, agressões e desigualdades.

Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA e do Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo – STIEESP

Vice-presidente da Força Sindical

Site – www.eletricitarios.org.br
Facebook – www.facebook.com/eduardo.chicao
Instagram – www.instagram.com/chicaooficialsp/

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