O capitão, o torneiro e a Justiça

“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo”.  Malcolm X

Já diz o ditado popular: “nada como um dia após o outro e uma noite no meio”.

É a partir da reflexão deste dito, que ocorrerá a abordagem de dois comportamentos, nitidamente distintos, em relação à aplicação da justiça em nosso país e o respeito à institucionalidade, mesmo que esta necessite ser revisada e melhorada, para fortalecer, ainda mais, a Democracia – e não para acobertar práticas nada republicanas.

Sem pretensão de analisar, de forma aprofundada, a aplicação diferenciada da Justiça em função da cor da pele, da orientação sexual, da condição socioeconômica, do pensamento crítico propositivo, da escolaridade, entre outras, não podemos ignorar que nem todos são iguais perante a Lei, e que muitos fazem questão de ignorá-la, colocando-se acima dela, de forma arrogante, pretensiosa e até criminosa.

No último dia 27 de janeiro, ocorreu o arquivamento do processo contra o presidente Lula, que, de forma arbitrária e ilegal, ligava a sua pessoa a um triplex no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo. Esse desdobramento já era esperado em função das falhas, da premeditação e da necessidade que a direita corrupta tinha em retirar o então pré-candidato das eleições de 2018.

Com a certeza de que estava em curso uma conspiração contra a sua candidatura, o ex-torneiro mecânico e ex-presidente, cumpriu o que lhe foi determinado pela Justiça, e, por incontáveis vezes, afirmou sua inocência, e que, mais dia, menos dia, a verdade prevaleceria. Mesmo erroneamente condenado, cumpriu a injusta pena a ele aplicada.

A injustiça foi reparada definitivamente na data acima citada, escancarando a tramoia jurídica montada em Curitiba, levianamente conduzida por um então juiz de primeira instância, que hoje coloca-se como candidato à presidência – mesmo com problemas fonoaudiológicos, dificuldades para falar a verdade, desconhecimento da realidade do país e falta de competência para zelar pela Justiça.

Já no dia seguinte, 28 de janeiro de 2022, o capitão paraquedista (também na Presidência do Brasil) mostrou o seu desprezo pela Justiça e pelas Instituições Nacionais, descumprindo a decisão do STF, que determinava seu comparecimento à Polícia Federal, para depor como investigado sobre o vazamento de informações num determinado processo, ainda em andamento (cabe lembrar que, a solicitação do depoimento do presidente, partiu do TSE).

Ao não cumprir a decisão do STF, órgão maior do Poder Judiciário, responsável pela manutenção, observação e aprimoramento do arcabouço legal do país, o senhor que promete jogar dentro das quatro linhas da Constituição Federal, mais uma vez, dá prova que é um mentiroso contumaz.

Mais uma bravata e mais uma amarelada do capitão presidente! Era o último dia para ele depor na PF, mas ele não usou da prerrogativa de marcar a data e o horário de seu depoimento, no qual ele também poderia permanecer calado.

Qual o real motivo do seu não comparecimento? Criar mais um conflito, para desviar o foco dos gravíssimos problemas e erros de seu desastroso e criminoso governo? Manter acesa a chama do ódio destilado por aqueles que, cegamente desinformados, ainda insistem, antidemocraticamente, em acreditar no seu “minto”?

Seja qual for o motivo do incompetente presidente que se instalou em Brasília, é certo que, num futuro próximo, mais uma vez a verdade libertará – mas também prenderá aqueles que se colocam acima da Justiça.

Até lá, fica a lição e a mensagem de que o comportamento político e a honestidade não se baseiam em cargos, nem em escolaridade. A conduta na política tem a ver sim com o caráter, mesmo que muitos meios de comunicação e notícias falsas tentem iludir e alienar as pessoas.

 

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