Sindicatofobia: o Novo Desafio do Sindicalismo Brasileiro

Em entrevista exclusiva à Revista Brasileira de Direito Sindical (RBDS), José Reginaldo Inácio, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) e diretor de Formação Sindical da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), faz um importante alerta: o sindicalismo brasileiro enfrenta um fenômeno crescente chamado Sindicatofobia.

Leia a entrevista

O Que É Sindicatofobia?

O termo Sindicatofobia, cunhado por José Reginaldo Inácio, descreve a aversão irracional aos Sindicatos e aos sindicalistas. Essa postura é alimentada por setores da sociedade que enxergam as entidades sindicais como obstáculos aos interesses do capital.

Como a Sindicatofobia Se Manifesta?

Segundo Inácio, essa fobia se apresenta de diversas formas:

• Perseguição no ambiente de trabalho

• Pressão psicológica sobre sindicalistas

• Desconfiança dos colegas de trabalho

• Falta de apoio familiar

• Deslegitimação da ação sindical na mídia e na política

“Muitos sindicalistas enfrentam dificuldades até dentro de casa, onde a dedicação ao sindicato é vista como perda de tempo ou motivo de conflito”, destaca o presidente da CNTI.

A Reforma Trabalhista e o Enfraquecimento Sindical

Desde a Reforma Trabalhista de 2017, os sindicatos perderam parte significativa de sua capacidade de atuação. A reforma precarizou as relações de trabalho e dificultou a arrecadação de recursos, enfraquecendo financeiramente as entidades e limitando sua atuação política.

Além disso, José Reginaldo denuncia a criminalização da atividade sindical e a perseguição aos dirigentes. “O sindicalista é tratado como alguém que só causa problemas, e não como quem luta por melhores condições de trabalho e de vida”, afirma.

Impactos na Saúde Mental dos Sindicalistas

A Sindicatofobia não afeta apenas as instituições sindicais — ela também prejudica a saúde mental dos sindicalistas.

De acordo com José Reginaldo:

“Eles vivem sob constante pressão, lidando com hostilidade no trabalho, desconfiança dos colegas e, muitas vezes, a falta de apoio da própria família.”

Esse cenário tem contribuído para o surgimento de transtornos como ansiedade, depressão e esgotamento emocional entre os sindicalistas.

Como Combater a Sindicatofobia?

Para enfrentar essa realidade, José Reginaldo aponta algumas estratégias fundamentais:

• Conscientizar os trabalhadores sobre a importância dos sindicatos.

• Denunciar práticas antissindicais.

• Pressionar por mudanças na legislação trabalhista.

• Reinventar as estratégias sindicais, buscando novas formas de diálogo e engajamento com a base.

Resistência e União: a Mensagem Final

Encerrando a entrevista, o Diretor de Formação Sindical da NCST deixa uma mensagem de esperança e resistência:

“Não podemos desistir. A luta sindical é árdua, mas é necessária. A solidariedade, a união e a organização coletiva são nossas maiores ferramentas. E, acima de tudo, precisamos cuidar da nossa saúde física e mental para continuarmos firmes nessa jornada.”

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