Em assembleia, a unanimidade dos trabalhadores concordou com o plano de lutas construído pelo Sindicato para a valorização da categoria.
COMPANHEIROS (AS), No dia 08 de dezembro (sexta-feira), o Sindicato realizou a assembleia que deu início à campanha pelo reajuste do piso salarial dos Eletricitários, reunindo trabalhadores de diversas empresas de energia. A proposta foi aprovada por unanimidade, incluindo também o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) e a melhoria dos procedimentos adotados nos trabalhos na rede elétrica.
Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram, de forma unânime, paralisação em todas as bases das empresas que não aderirem ao novo piso salarial e às demais medidas, a partir do dia 18 de janeiro do ano que vem.
Após os trabalhadores terem ratificado o plano de lutas, o Sindicato encaminhou ofício para todas as empresas em que atua, comunicando o novo piso salarial da categoria
(R$ 2.640,00), e a urgente implementação do ATS, que corresponde a um ganho anual de 1%. Desta forma, no ano seguinte à sua entrada na empresa, o trabalhador não receberá apenas o piso salarial e o aumento de reposição inflacionária conquistado pelo Sindicato, e assim por diante, nos anos posteriores. Após tomar ciência do ofício recebido, a empresa que se recusar a negociar o reajuste do piso salarial dos Eletricitários e a política de Adicional por Tempo de Serviço terá suas atividades paralisadas por meio de greve, que é um instrumento legítimo de reivindicação.
A união dos trabalhadores que atuam em diversas áreas (geração, transmissão, distribuição, comercialização, empreiteiras e prestadores de serviço), em diferentes carreiras profissionais (operacionais e administrativos), será imprescindível na conquista do novo piso salarial dos Eletricitários. “Nós estamos unificando a luta com todas as empresas, pedindo um piso só e o retorno do ATS para todo mundo. A partir daí, vamos unificar a categoria”, afirmou o presidente do Sindicato, Chicão. Para ele, tudo começa pela valorização do trabalhador. “O Eletricitário não consegue sobreviver dignamente com o salário que lhe é ofereci-do”, explica. “Para ele poder morar mais perto da empresa em que trabalha, dar mais dignidade e educação para os seus filhos, ter acesso à cultura, enfim, tudo isso passa pelo salário”, concluiu o presidente do Sindicato. Durante a assembleia, os
diretores do Sindicato lembraram que, após a valiosa atuação dos Eletricitários nos eventos climáticos extremos, as empresas passaram a tecer elogios a categoria, mas, lamentavelmente, deixaram de lado os merecidos aumentos em seus salários.
“A EDP e a ENEL dizem que os Eletricitários são heróis.
Somos heróis, sim: mas nos reconheçam com salários dignos”, clamou Cebolinha (William), vice-presidente do Sindicato nas regiões do Vale do Paraíba e do Litoral Norte.
O vice-presidente da entidade na região oeste do Estado, Celso Luis de Souza, destacou a importância da luta pelo reajuste do piso salarial. “Este é o início do resgate da nossa dignidade, da credibilidade do nosso setor e da confiança. Unidos, chegaremos lá!”, afirmou. Já o vice-presidente Bola (Alexandre), representante dos trabalhadores na capital e na região metropolitana de São Paulo, reforçou a necessidade da união para a conquista do aumento do piso salarial. “A luta vai precisar de empenho total e maciço da nossa categoria. Agora, é todo mundo unido! Vocês são a essência desse processo”, alertou.
Os procedimentos que vêm sendo adotados entre os trabalhadores que atuam com a rede elétrica também foram debatidos durante a assembleia. A falta de flexibilidade para certas práticas – como a utilização de balaclavas em dias de calor intenso, a instalação de rotas de fuga em regiões isoladas e os aplicativos sem funcionalidade em algumas regiões que substituíram o rádio, hoje o profissional não pode ser proativo para solucionar defeitos
(se faz, logo será punido). Essas questões também serão temas nas futuras mesas de negociações. O entendimento do Sindicato que foi ratificado pelos trabalhadores é de que, tais procedimentos, quando não são flexibilizados, abalam a produtividade e comprometem a eficiência dos serviços prestados à população.
Após a assembleia, o Sindicato convidou os departamentos de Recursos Humanos de todas as empresas nas quais atua, para uma reunião, na qual serão apresentadas as reivindicações levantadas pelos trabalhadores.