ELES SABOTAM O GOVERNO

A essência de um governo democrático é fortalecer o diálogo social na definição de prioridades e elaboração de políticas públicas voltadas ao atendimento das necessidades da sociedade em geral e, pavimentar o caminho para um futuro mais promissor para o efetivo desenvolvimento econômico e social do País.

Ocorre que em uma sociedade democrática os debates sobre ideias e interesses de diferentes grupos de pressão social nem sempre buscam a melhoria do bem comum e a proteção social dos indivíduos com poucas possibilidades de serem cidadãos autossuficientes.

A governabilidade de um País fica ainda mais complicada a partir da ausência de uma base de sustentação política do governo que se paute por valores republicanos devidamente emoldurados por uma visão mais humana e solidária do que significa viver em sociedade; a partir dessa fragilidade política os grupos de pressão social mais organizados tendem a obter mais sucesso em suas incursões de emparedamento da máquina estatal para terem seus interesses contemplados.

É totalmente legítima a constituição de bancadas e grupos políticos que tenham pontos comuns em suas pautas visando potencializar a sua atuação nos espaços políticos institucionais e na formação de uma consciência social; ocorre que na maioria das vezes estes grupos se desobrigam de trabalhar pelo povo e colocam os interesses pessoais e menores acima dos interesses da sociedade em geral, quando isto ocorre a democracia se enfraquece e os segmentos sociais mais carentes da proteção social do governo são os que mais são esquecidos pelos políticos eleitos apenas para compor bancadas e não para legislar pelo Brasil.

O momento político do Brasil é de reconstrução da democracia, que foi irresponsavelmente atacada pela extrema-direita que se instalou no Congresso Nacional. Outro grupo que se esforça para defender seus privilégios se encontra aquartelado nas Forças Armadas, não importando se seus atos criam ainda mais turbulência na vida política do país.

Existe um importante avanço da comunicação social do campo progressista, mas ainda existem segmentos importantes, como por exemplo, o Movimento Sindical, que não aproveitam as redes sociais e não calibram seus discursos para se contraporem a mídia alienadora da extrema-direita; aliás outro grupo de pressão social que pressiona de forma desleal e egocêntrica o governo é o mercado, especialmente o setor financeiro.

Fazer oposição a um governo exige um mínimo de capacidade intelectual para debater ideias e propor alternativas de políticas públicas, sem um viés de crítica pela crítica e, priorizando o compromisso ético e moral com as instituições democráticas do país e a sensibilidade para entender a realidade vivida pela população.

Infelizmente a política nacional está refém das manobras do Centrão, que vive de leiloar seus votos em trocas de emendas parlamentares, cargos políticos em empresas estatais, contratos com setores econômicos que se beneficiam daqueles votos de carta marcada.

Infelizmente a política nacional está refém das manobras do mercado e da grande mídia, que defendem a redução de gastos sociais do governo, mas não abrem mão dos subsídios, que defendem a autonomia do Banco Central para aumentar a taxa Selic, que é usada para corrigir o valor da dívida pública, o que significa transferir caminhões de dinheiro público para os bancos.

Infelizmente a política nacional está refém da errática conduta de membros das Forças Armadas, que ao invés de zelarem pela ordem institucional do País e pela segurança e soberania nacionais, que se aventuram na política para criar ainda mais turbulência na já tumultuada luta pelo poder e por privilégios injustificáveis.

O campo progressista precisa se organizar de forma mais pragmática o mais rápido possível, melhorar sua comunicação e se aproximar mais do povo para evitar que continuem a sabotar de forma descarada o governo.