Durante muito tempo, os trabalhadores aceitaram calados as imposições dos patrões. Mas foi essa exploração, principalmente após a Revolução Industrial, que fez nascer a luta por melhores salários, condições de trabalho e dignidade. Era trabalhar 16 horas por dia em ambientes insalubres, sem descanso, sem direitos. A escolha era entre morrer de fome ou trabalhar até morrer.
Foi esse cenário de sofrimento que fez os trabalhadores se unirem. Surgiram os sindicatos, associações e movimentos operários. Lutas duras, greves, prisões e até mortes foram necessárias para conquistar o que muitos hoje tomam como garantido: salário mínimo, jornada de 8 horas, férias, 13º salário, aposentadoria.
Mas, com o tempo, o mundo mudou — e nem sempre para melhor. Depois da Segunda Guerra Mundial, a economia cresceu e com ela vieram avanços para os trabalhadores. Os sindicatos ganharam força, as leis trabalhistas se consolidaram, o voto passou a valer mais, e muitos acreditaram que a luta estava vencida. Essa foi a primeira armadilha: o conformismo.
Nos dias de hoje, vivemos uma realidade perigosa. O capital, antes usado para gerar empregos, agora é desviado para a especulação financeira. O lucro fácil dos bancos e das bolsas interessa mais do que abrir fábricas ou contratar trabalhadores. As empresas terceirizam, contratam de forma precária e pagam cada vez menos. Tudo em nome da tal “competitividade”.
E o pior: muitos acreditam que essa situação é “normal”. Trabalhadores de aplicativos, por exemplo, rodam 10, 12 horas por dia sem nenhum direito garantido. Não têm férias, não têm aposentadoria, não têm sequer seguro. E o discurso de que “são seus próprios patrões” só serve para esconder a realidade: são explorados sem nenhuma proteção.
Enquanto isso, as reformas trabalhistas, vendidas como solução para o desemprego, só enfraqueceram os direitos conquistados com tanto esforço. A promessa era gerar milhões de empregos. O que veio foi mais informalidade, mais insegurança e menos dignidade para quem trabalha.
A mídia, por sua vez, cumpre bem o seu papel nesse sistema. Vende a pobreza como fracasso pessoal. Criminaliza greves e protestos. Ridiculariza os sindicatos. Divide os trabalhadores e faz muitos acreditarem que lutar por direitos é “coisa do passado”. Enquanto isso, os verdadeiros culpados pela crise — banqueiros, grandes empresários e políticos aliados — seguem lucrando como nunca.
Vivemos em uma sociedade cada vez mais excludente. Quem é pobre, negro, da periferia, LGBTQIA+ ou analfabeto sofre ainda mais. E, se não reagirmos, esse sistema só tende a piorar. Os direitos não são eternos. O que foi conquistado com luta pode ser perdido com silêncio.
Por isso, é preciso despertar. O conformismo é uma armadilha. A luta da classe trabalhadora nunca foi fácil, mas é necessária. Precisamos resgatar a consciência de classe, fortalecer os sindicatos, cobrar dos políticos compromissos reais com o povo e lutar por uma economia que coloque o ser humano no centro, e não o lucro.
Não há progresso sem justiça social. E não há justiça social sem trabalhadores conscientes e organizados.
Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA
Diretor de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI)
Vice-presidente da Força Sindical
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