O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo reproduz a Nota conjunta das Centrais Sindicais brasileiras — CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, PÚBLICA e INTERSINDICAL — em defesa da democracia e contra a escalada golpista revelada pelas investigações da Polícia Federal.
A nota expressa indignação frente à descoberta de um plano criminoso que visava o assassinato de autoridades de alto escalão, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As centrais ressaltam que o caso extrapola os limites da conspiração política, classificando-o como uma forma de terrorismo, e alertam para o perigo de uma cultura de violência e desrespeito que se perpetua no Brasil, exacerbada desde o governo de Jair Bolsonaro.
Diante desse contexto, os presidentes das Centrais Sindicais Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), Moacyr Roberto Tesch Auersvald (NCST), José Gozze (PÚBLICA) e a secretária geral Nilza Pereira (INTERSINDICAL) reafirmam a necessidade de fortalecer as instituições democráticas e conduzir investigações rigorosas para punir os responsáveis por essas ações antidemocráticas. O texto reforça o apelo à preservação dos valores democráticos conquistados com a redemocratização em 1985 e a promulgação da Constituição de 1988.
Com o grito uníssono de “Democracia, democracia, democracia!”, as Centrais Sindicais renovam o compromisso de suas entidades com o projeto de um Brasil justo e democrático, pedindo uma resposta firme e célere das instituições para evitar a impunidade e assegurar a paz social.
Confira a íntegra da Nota das Centrais Sindicais
CONTRA O GOLPISMO E PELA DEMOCRACIA
Assistimos com espanto e indignação às revelações da Polícia Federal sobre a trama golpista que tinha como objetivo assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. O caso extrapola a definição, já grave, de conspiração política, e avança para o crime organizado e o terrorismo.
Ainda mais grave quando pensamos que esses elementos estiveram no poder, comandando o governo, sob a presidência de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2023.
Grave também constatar que essa cultura da barbárie, do desrespeito às normas de convívio social, à Constituição e até da vida contaminou parte da população que se dispõe a atuar como agentes dos golpistas, como se viu nos acampamentos pós-eleição, queima de ônibus em 12/12/2022, no ataque e depredação aos Poderes em 08/1/23 e no ato terrorista contra o STF no dia 13/11/2024, em Brasília.
Os acontecimentos revivem a triste memória do golpe de 1964, que iniciou um regime de terror, perseguições, repressão, torturas, assassinatos, arrocho salarial e aumento da dívida externa.
É preciso fortalecer o STF, os órgãos de Justiça e as regras eleitorais. Fortalecer, sobretudo, o projeto nacional de desenvolvimento, com inclusão social, geração de empregos de qualidade e com direitos, engajando cada vez mais a população em um permanente aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito.
É preciso dar celeridade às investigações para conhecer a extensão do plano de golpe e saber quem são todos os envolvidos. É preciso punir de forma exemplar para liquidar a escalada autoritária daqueles que não aceitaram perder as eleições.
Sem anistia aos golpistas!
A democracia, reconquistada a duras penas em 1985, e a Constituição de 1988 devem ser cultivadas a cada dia.
Democracia, democracia, democracia!”
Assinam os presidentes das Centrais Sindicais
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical.
Sérgio Nobre, Presidente da CUT.
Ricardo Patah, Presidente da UGT.
Adilson Araújo, Presidente da CTB.
Antonio Neto, Presidente da CSB.
Moacyr Tesch Auersvald, Presidente da Nova Central.
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor.
São Paulo, 21 de novembro de 2024.