O Estado de São Paulo tem se transformado em um criatório de animais políticos da pior espécie. Não se trata de criticar ideologia política “A” ou apoiar partido “B”, mas sim da falta de valores morais, valores humanitários, de caráter e de honestidade política.
É preciso dar um basta nesse concurso de aventureiros políticos, que, travestidos de críticos corajosos, de arcanjos da vontade popular e de baluartes das liberdades individuais, não passam de oportunistas despreparados para a vida pública – e, o mais grave, que ainda não entenderam a responsabilidade e nem os impactos decorrentes do mau uso de um cargo eletivo.
Justiça seja feita: o Estado de São Paulo não está sozinho nesta onda, de que ser diferente é mudar a forma de fazer política. O Brasil está repleto de candidatos e políticos bipolares, que pregam o que não fazem e aparentam ser o que não são. Esse é o grande mal de um país que precisa, urgentemente, de pessoas sérias, competentes, honestas e comprometidas com o seu povo.
O caso mais recente é o do deputado estadual por São Paulo e pré-candidato ao governo estadual, que, em um gesto humanitário (?), viajou para a Ucrânia com seus próprios recursos. Segundo ele, foi ver de perto como está sendo escrita mais uma trágica página da história da humanidade: o conflito armado entre Rússia e Ucrânia.
Não resta dúvida que devemos lutar contra todas as guerras e nem é segredo que, para sermos livres, temos sempre que defender a liberdade. Mas, até que ponto o malabarismo midiático de parte de nossos (?) políticos é benéfico para nosso povo, nosso Estado, nosso país e para o mundo? Podemos acreditar em tudo o que é divulgado pelos políticos? Está claro que falta bom senso, conhecimento político e disposição para o exercício responsável da cidadania ao nosso Brasil, mas, evidentemente, existem exceções que devem ser reconhecidas e valorizadas.
O deputado estadual Arthur do Val, conhecido como “Mamãe falei” enviou um áudio, em um grupo de amigos de uma mídia social, afirmando que as mulheres ucranianas são lindas, e que “elas são fáceis porque são pobres”. Que preconceito horroroso, que falta de respeito horrorosa! Que comportamento horroroso, que falta de caráter horrorosa!
Qual é a verdadeira personalidade de quem fala em liberdade, apontando e criticando falhas de seus pares, das instituições e da sociedade em público, e, ao mesmo tempo, comporta-se de forma machista e estúpida em particular? As piadas, brincadeiras e comentários dizem muito sobre o perfil das pessoas. A retidão de caráter tem que estar presente de igual forma e intensidade, tanto ao ambiente público, como no ambiente privado.
Provavelmente, a educação que este sujeito recebeu de seus pais não aprova e nem defende esse tipo de comportamento. Tal postura repugnante é mais uma vergonha mundial, a qual o Brasil está submetido. As redes sociais de vários países ecoam milhares de críticas contundentes ao nobre e destemido deputado, enlameando, ainda mais, a já imagem de pária internacional do nosso país.
Comportamentos como esse devem ser limados da vida pública do Brasil, através de protestos nas mídias sociais e dos veículos de comunicação – mas não através de noticiários que amanhã não serão mais lembrados. Precisamos de uma cruzada permanente contra os maus políticos.
Como ser humano, é de se esperar que o referido político peça desculpas a todas as mulheres, em especial as ucranianas. Esperamos, também que ele peça perdão a todos aqueles que o apoiaram e a todo o povo brasileiro, por esta imperdoável e desumana baixaria.
A atitude minimamente correta que se espera deste senhor é que ele venha a público e apresente outra realidade dos fatos. Ou, então, que ele mesmo reconheça: “Mamãe, falhei!”