O tão esperado ano de 2023 chegou. Com ele, muitas ameaças – que, para nossa sorte e futuro, não se concretizaram. Novamente, as urnas eletrônicas foram decisivas para a realização de eleições limpas e democráticas, as instituições democráticas continuam a funcionar (agora com mais vigor e autonomia) e os os pedidos de golpe e intervenção militar, que são totalmente ilegais, não foram atendidos. Enfim, o presidente Lula subiu a rampa e a esperança voltou.
Há muito por fazer para que o Brasil volte a trilhar o caminho da justiça social e elimine as inaceitáveis desigualdades socioeconômicas que colocam os brasileiros em lados opostos da sociedade – fruto do preconceito, do desrespeito ao ser humano e da propagação do ódio. Em alguma medida, todos eles são crimes, e assim devem ser tratados.
Quando uma categoria de trabalhadores recorre à greve, como último e legítimo recurso para a defesa de seus direitos e conquistas, a grande mídia acusa estes trabalhadores de irresponsáveis, baderneiros e corporativistas, que atentam contra o direito de ir e vir dos indivíduos, prejudicando a população e a economia do país. Essa mesma mídia está passando pano para os atos terroristas de uma minoria desinformada, doente e oportunista, que não sabe o que é viver em uma democracia e nem respeitar a vontade da maioria. O presidente Lula venceu as eleições com o apoio de uma ampla frente partidária, que entendeu que o desgoverno do capitão Fujonaro não poderia continuar.
Não podemos cometer o erro de que achar que todos os problemas do país serão solucionados da noite para o dia, e, muito menos, nos calar, quando os perdedores se unirem à mídia para impedir que as mudanças necessárias voltem a colocar comida no prato do brasileiro, voltem a gerar emprego e renda dignos, voltem a colocar o respeito à diversidade acima do fanatismo religioso ou ideológico. O Brasil saiu da UTI, mas ainda inspira cuidados.
Neste sentido, a defesa intransigente da democracia é fundamental: todos têm o direito de divergir, mas ninguém pode fugir da responsabilidade legal, distorcendo o que está escrito na Constituição Federal, ignorando os crimes previstos em lei, e incentivando, de qualquer forma, a prática de atos ilegais que atentem contra o Estado, suas instituições e contra o povo brasileiro. O cumprimento da lei não pode ser confundido com perseguição política, como querem algumas pessoas, que nada disseram quando quase 700 mil brasileiros morreram na pandemia, quando a ilegalidade e a irresponsabilidade estatal do desgoverno do Fujonaro acabaram com a saúde, com a educação, com a cultura, com grande parte dos sindicatos e do meio ambiente.