Foi sem querer, querendo: as barbaridades do “Chaves Tupiniquim”

No mundo globalizado, é praticamente impossível que nossos comportamentos, preferências e opiniões não sejam impactados por estudos, modismos e estímulos ao consumo, oriundos de outros países e regiões.

Em que pese a marcha do progresso, é preciso questionar se este progresso é bom e justo para todos; é preciso questionar se somos capazes de nos conectar com a realidade cibernética dos dias atuais, sem perder nossa identidade cultural, sem apagar a memória de lutas e conquistas da nação, e, ainda, sem ignorar nossa capacidade de construirmos, de forma coletiva, as alternativas para melhorar a vida dos que vivem em nosso país.

Os governantes do Brasil jamais poderiam importar modelos de gestão e soluções prontas, sem analisarem se estas alternativas seriam as mais indicadas para os nossos problemas. Não existe um remédio único que possa curar diferentes doenças.

O atual governo não sabe diferenciar a escolha de boas ideias e ações já implantadas em outros países, da simples e vergonhosa submissão do país aos caprichos da adoração de valores de outros países. Um exemplo claro é o presidente da República bater continência para a bandeira norte americana, adotar as estratégias eleitorais do derrotado governo Trump, e, principalmente, declarar-se liberal, enquanto intervém na máquina estatal conforme os interesses do seu clã e de seus amigos.

Qual dos Chaves?

Muitos dos ocupantes de cargos no atual governo não se cansam de tecer críticas à situação política da Venezuela. É certo que o povo venezuelano passa por muitos dissabores, mas o atual governo brasileiro tem moral para criticar?

Politização das Forças Armadas, ataques ao Poder Judiciário, destituição de Juízes, interferência na atuação do Poder Legislativo, ataques à imprensa livre, repressão das opiniões divergentes e incitação à desobediência civil são alguns pontos comuns na recente trajetória política da Venezuela e do Brasil.

Em outros momentos, o presidente da República parece se espelhar no consagrado personagem mexicano, tamanha é a sua inclinação a fazer trapalhadas. Recentemente, o capitão presidente, após incentivar protestos de caminhoneiros, gravou um áudio, pedindo para que as estradas fossem desbloqueadas. De pronto, muitos caminhoneiros chamaram o presidente de frouxo.

Dizem que “quem mexe com fogo, acaba se queimando”. Como um presidente que incentiva atos políticos deste importante segmento de caminhoneiros, em vez de cuidar das estradas, de melhorar os fretes e segurar aumentos sucessivos do óleo diesel, pode querer algum reconhecimento verdadeiro? 

É estranho que o “comandante” do golpe, ao perceber que ele não é forte o suficiente para tomar o Brasil de assalto, simplesmente peça para que seus asseclas baixem suas armas, liguem seus caminhões e voltem ao trabalho? As manifestações não foram do tamanho que ele esperava, a reação aos seus arroubos e discursos antidemocráticos foi mais forte do que ele imaginava?

Após seus fervorosos seguidores e filhos atirarem pedras na China, agredirem seus governantes, o nosso “chavez tupiniquim” hoje reconhece que a China é essencial para a fabricação das vacinas, insistentemente negadas pelos seus fiéis. Mais uma vez, o maior inquilino de Brasília demonstra sua falta de habilidade política e o total despreparo para ocupar o cargo de Presidente.

O resultado de mais este triste episódio do presidente é que ele conseguiu mesclar características do Chavez venezuelano com a capacidade de criar trapalhadas, tal qual o Chaves mexicano. Pobre Brasil! 

Não podemos aceitar que a Democracia e os valores constitucionais sejam atacados por um político que, durante a sua trajetória no exército e na vida pública, sempre optou pelo conflito. 

Não podemos aceitar que um político autoritário use indevidamente o termo “defesa da Democracia” para justificar atos antidemocráticos.

Não podemos aceitar que, um presidente que governa para uma minoria, direcione diversos órgãos públicos para defender seus interesses, dos seus filhos e de seus amigos, mesmo que isso custe a estabilidade social, política e econômica do país.

Não podemos desprezar o maquiavelismo das ações e narrativas do presidente da República, que se coloca como vítima do sistema e terceiriza a sua culpa, e que, sem querer, querendo, está levando o Brasil para o perigoso caminho de jogar o povo contra o povo.

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