Energia sem fio?

O desenvolvimento de novas tecnologias, bem como o aperfeiçoamento
daquelas já existentes, está cada vez mais rápido. Há trinta anos,
pouquíssimas pessoas conseguiam imaginar que a energia elétrica poderia ser
transmitida sem o uso de fios.

Algo semelhante aconteceu com as transmissões coloridas das televisões, com
os telefones celulares, e, mais recentemente, com os carros elétricos. O
intervalo entre novas versões tecnológicas está cada vez menor e a internet
das coisas vem reduzindo ainda mais esse tempo, ampliando as possibilidades
de fazer quase tudo em tempo real.

Recentemente, foi realizado nos EUA um teste de transmissão de energia, sem
a utilização de fios. No experimento, pesquisadores enviaram um quilowatt (1
kW) de energia elétrica a uma distância de um quilômetro, através da utilização
de um feixe de micro-ondas.

Foi o maior avanço obtido em quase 50 anos de pesquisas e estudos. Na
década de 1970, alguns especialistas começaram a amadurecer a ideia de
transmitir energia sem usar fios. A ideia do experimento era converter a energia
elétrica em micro-ondas, usando uma antena e um painel receptor, objetos que
seriam os pontos de início e de final da transmissão através de um feixe
direcional.

Essa transmissão foi feita com corrente contínua de energia. Diferente da que
nós recebemos (que é em corrente alternada), a frequência usada foi a de
10GHz, que utiliza componentes mais baratos e ainda reduz a perda de
energia – para algo em torno de 5% durante a transmissão.

O primeiro objetivo desta tecnologia é abastecer as tropas distantes das fontes
convencionais de energia – daí, o envolvimento do exército e da marinha
americana no projeto.

Muito provavelmente, a inovação também vai servir para gerar energia solar no
espaço e ainda transmitir os feixes de micro-ondas, usando satélites. Não há
dúvidas de que os avanços tecnológicos são bem-vindos, mas é preciso refletir
sobre o uso deles. A tecnologia deve estar a serviço do homem, e não o
homem ser refém destas inovações.

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