O Brasil é um país laico, ou seja, todas as religiões devem ser respeitadas e a
liberdade de culto é um direito de cada um. Infelizmente, o governo oportunista
e mentiroso do capitão presidente tenta, a todo instante, transformar o Brasil
em uma nação neopentecostal. É preciso deixar claro que existem usurpadores
da fé em todos os segmentos religiosos e que eles não servem às divindades.
A cada dia que passa, aumentam os questionamentos sobre as verdadeiras
intenções do capitão “Minto” ao comparecer em inúmeros eventos e cultos
evangélicos. Em vez de divulgar os ensinamentos de Jesus, dar o exemplo e
ser o primeiro a segui-los, o senhor das armas tenta convencer os devotos que
Jesus só não comprou uma arma porque elas ainda não existiam naquela
época.
É preciso refletir e desmascarar o oportunismo religioso de Bolsonaro, que usa
os encontros e cultos para fazer campanha política e mentir para o povo.
Nenhuma religião é dona da verdade; seus líderes se dizem defensores da
palavra sagrada, mas apoiam atos e pessoas que se comportam como
anticristos. Como alguém pode falar em nome de Jesus e aliar-se a bandidos,
desviando recursos do povo brasileiro?
Como alguém pode falar em nome de Jesus, quando afirma que não é capaz
de perdoar alguém, como aconteceu na Marcha para Jesus? Como um bispo
esquece a lição “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam…”?
Como alguém pode falar em nome de Jesus e demonstrar tamanho desprezo
pelos mais necessitados e excluídos, sendo esses os primeiros que receberam
a atenção do Salvador?
Como alguém pode falar em nome de Jesus, citando a máxima “conhecereis a
verdade e ela vos libertará”, mas mentindo o tempo todo para acobertar crimes
e erros cometidos por ele e por seus lacaios?
É comportamento cristão utilizar e acompanhar a força policial para retirar do
caminho da Marcha para Jesus aqueles infelizes moradores em situação de
rua, com os seus miseráveis pertences?
É comportamento cristão apoiar pessoas que falam em nome de Jesus, se
dizem cuidadores dos mais necessitados, mas possuem fazendas, aviões,
movimentam milhões de reais todos os dias, enquanto milhões de pessoas
reviram latas de lixo para se alimentar de restos de comida?
No dia primeiro de maio, quando o movimento sindical mais uma vez celebrou
o evento do Dia do Trabalhador para revigorar a luta da classe operária, muitas
vozes conservadoras se levantaram contra o pagamento de cachê de 200 mil
reais para determinada artista. Justiça seja feita: o dinheiro público deve ser usado para prioridades sociais mais relevantes, ainda mais em tempos de
crise. No entanto, há que se louvar a posição da artista, que abriu mão do
cachê.
Será que estas mesmas vozes se manifestarão contra a destinação de 1,2 mi
em emendas de vereadores para a realização da Marcha para Jesus? Mais
uma lição de Jesus cabe aqui: “pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que
fazem”.
Cada brasileiro é livre para escolher sua religião, seu partido político e seus
candidatos, mas ele será escravo das suas escolhas – afinal de contas, os
religiosos e os ateus pagam o mesmo preço pelo pãozinho, sofrem violências,
ficam desempregados e querem um Brasil mais justo e solidário.
De nada adianta rezar um Pai Nosso todos os dias, como disse que faz o
presidente mais incompetente, desumano, mentiroso e movido pelo ódio que o
país já teve.
Não adianta marchar para Jesus, seguindo o caminho do diabo.