Você já parou para pensar na extensão dos espaços políticos ofertados ao cidadão, para que ele participe, efetiva e ativamente, das decisões de interesse coletivo, que afetam diretamente a qualidade vida de cada um de nós?
Você está disposto a dedicar uma pequena parte do seu tempo para ficar mais informado sobre seus direitos, e exercer, de forma mais ativa, a sua cidadania?
Será que as pessoas que se engajam no processo político em seu bairro, em sua cidade, ou mesmo, em nível estadual e nacional, somente em troca de recursos financeiros e oportunidades futuras, estão efetivamente contribuindo para um Brasil mais justo e inclusivo?
Estas dúvidas estão presentes, mesmo que em diferentes níveis, na cabeça da maioria das pessoas, sobretudo em função de a pandemia ter escancarado nossa fragilidade e a nossa dependência em relação aos outros indivíduos. Para piorar este contexto, temos ainda a volta dos altos níveis de inflação, de desemprego e de miséria, que assolam nosso povo.
Toda e qualquer pessoa pode, ou pelo menos deveria, ter condições suficientes para desenvolver uma análise mais crítica sobre a sua importância no dia a dia político do país. Afinal, em uma Democracia, o poder deve ser exercido pelo povo e para o povo.
Mas, afinal de contas, quais as características da Democracia? O debate em torno deste tema remonta a séculos passados: desde a efervescência da política em Atenas, sempre surgiram defensores e críticos da Democracia. É importante destacar que a Democracia é, também, um regime político, e que é o único regime que permite que sejam feitas críticas por pessoas e instituições.
Outro fato é que, a Democracia, através da participação de todos os indivíduos, deve estar atenta às constantes mudanças que ocorrem nas estruturas e nas relações sociais. Internet, tecnologia, sustentabilidade, mudanças climáticas, guerras, relações comerciais e a lógica capitalista são exemplos de alguns motores que provocam ou realizam estas mudanças.
Algumas características da Democracia ainda não estão correta e devidamente materializadas na nossa sociedade: será que existe equidade e oportunidades, para que grupos minoritários sejam representados e contemplados nas esferas públicas de decisão?
Será que a harmonia entre os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo existe, e que são respeitados os limites de exercício do poder por cada um deles?
O povo tem acesso, realmente, a informações corretas e verdadeiras? As liberdades de pensamento, expressão e associação não podem ser usadas para atacar terceiros, divulgar mentiras, disseminar o ódio e o preconceito. É importante que a legislação seja atualizada, e que, acima de tudo, seja praticada e respeitada. Nenhum crime pode ficar impune.
Por fim, a Democracia vai muito além de eleições livres, periódicas e idôneas – ela passa pelo respeito às individualidades, pela construção de uma sociedade mais justa e inclusiva e pela consciência coletiva de cada indivíduo.
O povo brasileiro não pode se “acostumar” com uma democracia política. Se faz necessária a democracia social, que, mesmo que mude constantemente, não seja subordinada e nem direcionada pelos interesses de uma elite insensível e gananciosa.
Esquerda e direita são espaços e ideologias que existem em função da existência da Democracia.
Nosso voto tem que estar comprometido com um mundo melhor, com o coletivo e com o futuro das gerações – e não somente para cumprir com uma obrigação eleitoral.