Acaba de ser realizada, em Glasgow, a COP26 (Conferência da ONU para Mudanças Climáticas). Mais uma vez, o Brasil demonstrou que a trupe mambembe que se instalou em Brasília ainda continua sem um plano para o nosso país – ficou ainda mais claro, também, que esse governo adotou a mentira como estratégia para tentar encobrir a sua incompetência.
Com relação às decisões e compromissos mais efetivos a serem adotados contra as mazelas que o atual modelo de desenvolvimento tem causado às condições climáticas de nosso planeta, podemos dizer que a conferência não avançou o esperado. Em suma, tudo o que foi negociado não garante o direito das próximas gerações vierem em um planeta menos hostil. Infelizmente, o interesse econômico continua a ditar regras e impor limites, quando se trata de avançar no campo da proteção ambiental.
A realidade paralela brasileira
A participação do Brasil na COP26 foi marcada (e manchada) por ter a segunda maior delegação do evento, com quase 500 agraciados, só perdendo para a delegação dos anfitriões da conferência. Outra demonstração de incompetência foi a montagem de dois pavilhões brasileiros: o oficial e o outro organizado por entidades da sociedade civil, contando com pesquisadores, ambientalistas e outros representantes da ciência.
Enquanto a sociedade civil e os especialistas demonstravam a situação caótica e a destruição ambiental promovida e protegida pelo governo, no pavilhão oficial, mais uma vez, os ministros em uma destrambelhada iniciativa de mudar a imagem do Brasil junto à comunidade internacional, mentiam, e, ingenuamente, pensavam em atrair investimentos para a ilha da fantasia que existe somente em suas cabeças.
Foram repetidas as mesmas mentiras do cercadinho e das lives de quinta feira. “O país está no caminho certo” (?), “a economia se recupera rapidamente” (?), “o governo brasileiro acredita que o Brasil é parte da solução da crise ambiental que assola o mundo” (?), e por aí vai.
Discursos imbecis e repetidos
Apesar dos esforços de mudança de postura em relação às práticas de combate às mudanças climáticas por parte do governo e do empresariado nacional, o que se viu foi mais um show de besteiras – inclusive do maior mentiroso de todos, que estava em Dubai.
Mais uma vez, o capitão presidente demonstrou sua limitação intelectual, afirmando que “a Amazônia não pega fogo, pois é uma floresta úmida”. Bolsonaro mentiu, mais uma vez, ao afirmar que “o seu governo tem compromisso com a preservação ambiental”. Infelizmente, o seu despreparo só não é maior que a sua cara de pau, que o impede de diferenciar os impactos de suas falas no cercadinho, de seus discursos em eventos oficiais.
Na esteira da imbecilidade presidencial, surge o insosso ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Ele passa a impressão de que só possui meio cérebro, conhece só a metade das informações sobre as mudanças climáticas em curso e ainda é outro adepto do discurso “ele manda e eu obedeço”, que não ficou corado de vergonha ao afirmar que “onde existe muita floresta, existe muita pobreza”. Que vergonha.
Onde existe floresta, existe vida, ministro! Onde existe floresta, existe biodiversidade, ministro! Onde existe floresta, existe alimento, ministro! Onde existe floresta, existe ar puro, ministro! Onde existe floresta, existe consciência ambiental, ministro! Onde existe floresta, existe política de proteção ao meio ambiente, ministro! Onde existe floresta, existe respeito aos povos originários, ministro!
Chega de fechar os olhos para a atuação ilegal e destrutiva de garimpeiros, de grileiros e de madeireiras, que, todos os dias, destroem as florestas e aumentam a pobreza, ministro!