A saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente merece um grande churrasco para comemorar! Afinal, ele era o ministro mais antiambientalista que o Brasil já teve.
Começamos estas linhas com o devido respeito ao falecido touro Bandido, que foi considerado indomável pelos adeptos e fãs dos rodeios, pois nenhum peão parava montado em seu lombo.
Tal qual o lendário touro, o agora ex-ministro jamais aceitou o peso e a importância de uma política séria e eficiente de preservação ambiental.
Esperneou e corcoveou, através de mais de uma centena de medidas, que jogaram ao chão um vasto arcabouço legal, comprometeram a imagem do Brasil em nível mundial, desmantelaram instituições sérias que atuam na preservação ambiental.
A versão divulgada é que ele pediu demissão por motivação familiar, mas trata-se do décimo-sexto ministro que sai do governo em dois anos e meio.
Ocorre que, a pressão pela sua saída estava insustentável, ainda mais com as denúncias de possível envolvimento em contrabando de madeira, que, somadas à omissão diante de desastres ambientais (como o óleo despejado nas praias do nordeste, os incêndios na Amazônia e no Pantanal e os recordes de desmatamento), transformaram o Brasil em um pária ambiental, duramente criticado em vários momentos e por inúmeros países.
Mas ainda paira a dúvida: estamos falando de um boi bandido interessado em aproveitar a pandemia, para, sorrateiramente, “passar a boiada”, ou estamos falando de mais um boi de piranha do governo federal, que, a cada vez que aparecem indícios e fatos que comprovam o despreparo da equipe do capitão presidente, o mesmo entrega a cabeça de um ministro para acalmar ou distrair a atenção da sociedade?
Com chegada de um novo ministro, ocorrerá uma mudança sadia e necessária na retomada da preservação ambiental, ou teremos mais uma demonstração do autoritarismo irresponsável que se instalou em Brasília?
Às vezes, é preciso mudar aquele que, de posse do berrante, continua a iludir seu rebanho de devotos, conduzindo o povo ao matadouro do descaso com a vida, com a Constituição e com a Justiça.