Apertem os cintos… o Presidente sumiu

Também conhecido como a sétima arte, o cinema é uma das mais populares formas de entretenimento. Movimenta bilhões de dólares por todo o mundo, cria ídolos, distrai a mente das pessoas, e, muitas vezes, posiciona-se como ferrenho crítico social.

A criatividade é um dos pilares da indústria cinematográfica, utilizada em larga escala não só para fazer adaptações de livros e quadrinhos para a telona, como também para realizar ensaios sobre o futuro das pessoas, do uso das tecnologias e do próprio planeta.

O cinema nacional sempre foi muito criativo, mas, em função do ataque à cultura que está em curso no atual governo, nossos cineastas estão sendo superados em termos de criatividade, por inúmeros políticos ferrenhos defensores do bolsonarismo. Eles criam um Brasil paralelo, uma realidade paralela, e, pior – eles mesmos acreditam em suas criações.

É curioso que muitos dos seguidores hipnotizados do mito (?), que sempre se alimentaram e divulgaram fake news, em uma cena da comédia das trapalhadas do capitão cloroquina, não acreditaram na mensagem que seu líder divulgou, pedindo que os caminhoneiros desbloqueassem as estradas em benefício da economia nacional. As reações de frustração e a decepção demonstram que o presidente mais parece uma biruta ao sabor do vento, sem rumo e instável.

A carta de recuo

Nada como a gente ter a quem recorrer em momentos difíceis de nossas vidas. Muitas vezes, é a família quem nos socorre; em outras, são amigos ou parceiros, que conhecemos ao longo da nossa trajetória.

Depois de pregar a desobediência civil, atacar as instituições (em especial o STF e o TSE), agredir membros destas duas casas, ignorar o Poder Legislativo, divulgar informações incorretas e fake news, além de tentar desqualificar a CPI da Covid, e, o mais preocupante, incentivar e participar de atos antidemocráticos, o capitão presidente rendeu-se ao comando “meia volta volver”.

Em meio a um protesto de um grupo de caminhoneiros que passam por um momento difícil em função do custo dos combustíveis, baixo valor dos fretes e altos custos com a manutenção de seus veículos, cuja palavra de ordem era atacar as instituições já citadas, principalmente o STF, o mito capitulou e assinou uma carta de rendição – ou de recuo, como preferirem.

Ao tomarem conhecimento de que seu “líder” negou que tenha participado de tais atos antidemocráticos, os caminhoneiros ficaram sem chão, chamaram o mito de frouxo e perceberam que, mais uma vez, o capitão reformado não hesita em virar as costas a quem o apoia, conforme seus interesses.

O curioso é que foi o ex-presidente Temer quem, às pressas, foi chamado para ir até Brasília, ajudar a limpar a sujeira decorrente da verborragia e da teimosia do atual presidente.

Esta não é a primeira vez que isto ocorre. Em 1999, o então deputado Jair Bolsonaro afirmou que o presidente FHC deveria morrer. Para não correr o risco de ter seu mandato cassado, o bravo (?) deputado apresentou uma carta de retratação e arrependimento, cujo mentor e redator foi o presidente da Câmara Federal à época, Michel Temer.

Após o fracasso da adesão popular aos arroubos autoritários e golpistas do capitão presidente, novamente os serviços de Temer foram solicitados. Recursos públicos foram gastos, para que, tal qual no filme Central do Brasil, uma professora chamada Dora escrevesse cartas para pessoas que não sabiam ler e escrever. No episódio da carta de recuo, foi o professor Michel Temer quem redigiu uma carta para um analfabeto político.

A próxima recaída

Por diversas vezes, o limitado presidente da República desmentiu a si mesmo: diz que não falou, mente em suas lives, mas, na realidade, continua a incendiar o cercadinho e alimentar a narrativa de que ele é um defensor da Democracia e que respeita a Constituição.

Coincidências à parte, quando o risco de prisão por ter cometido crimes de responsabilidade se tornou maior, quando se aproxima o julgamento do foro privilegiado do seu filho senador, através de uma carta, o vociferante mandatário recuou e sinalizou a favor da harmonia entre os Poderes.

Até quando o presidente vai conseguir segurar seu instinto beligerante, sua boca promotora da discórdia e sua obsessão pelo poder, voltando a inflamar seu público com discursos agressivos e inconsequentes, que nada trazem de positivo para o país e para o seu povo?

Enquanto isso, muitos dos seus apoiadores juntam os cacos da decepção. Muitos empresários desembarcam da canoa furada do bolsonarismo, que trouxe de volta a inflação, a fome e o desemprego, além de causar enormes prejuízos para a economia nacional. A imagem do Brasil perante a comunidade internacional é a pior de todos os tempos: um país em pleno retrocesso político, econômico e democrático, sem rumo e sem governo.

Apertem os cintos… o Presidente sumiu!

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