A RITA, essa eu LEE!

Em um mundo tão confuso como o de hoje, seria muito bom se existissem milhões de ovelhas negras, dispostas a tirar o egoísmo, o preconceito e a violência da cabeça, para colocar o resto no lugar. 

Quantas cabeças, atualmente grisalhas ou escassas de cabelo, não foram abrigo de rebeldias e de questionamentos sobre mordaças sociais, políticas e econômicas? O tempo pode diminuir a energia do corpo, mas não acaba com a essência libertária da mente.

É com muita satisfação que podemos afirmar que ainda paira no ar o perfume lançado por você, menina. O aroma da sua irreverência e da sua crítica sutilmente escancarada, felizmente, ainda inebria e libera mentes e corações.

Quem te critica e te acha uma erva venenosa, não percebe que sua música é formosa, pois tem a mente recalcada e a alegria alheia incomoda. Você é, e deu muita alegria, como um sarro no carro ou no escurinho do cinema.

Não há nada para desculpar, pois seu auê foi legítimo e contagiante: por causa dele, um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer — começando por ouvir você mais uma vez.

Agora, já faz falta você! Mas que bom que o ceu ri dali, apesar de que o povo chora daqui. O teu show vai sempre continuar: também é verdade que você pediu silêncio aos berros e nos deu um banho de espuma, de humor e de rock and roll.

Meu bem, você sempre me dará água na boca, minha doce vampira!

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