Os avanços do desenvolvimento e o uso de novas tecnologias estão cada vez mais rápidos e intensos. Se, por um lado, é louvável a expansão e a construção do conhecimento humano, por outro lado, é preocupante o crescimento exponencial da veiculação de informações falsas e sem utilidade alguma (seja para o crescimento de cada indivíduo, seja da sociedade como um todo).
É importante deixar claro que não podemos confundir a punição dos crimes cibernéticos com a censura. A liberdade de expressão é fundamental para a democracia e é prevista em nossa Constituição Federal — portanto, trata-se de regulamentar e não censurar a veiculação de informações, que, em vez de contribuir para a conscientização política, social e ambiental da população, somente potencializam discursos extremistas, a violência, o preconceito e a bagunça institucional em nosso país.
O voto de protesto é um direito e aparece com uma certa regularidade em nossas eleições, a exemplo dos votos no macaco Tião, no Tiririca e em outros candidatos que não estão minimamente capacitados para o exercício de um cargo eletivo. Não se trata de restringir o direito das pessoas se candidatarem, mas sim, de valorizar a política através da eleição de representantes realmente comprometidos com o povo, com o progresso do país, com o exercício pleno da cidadana e com o fortalecimento da democracia.
Por mais que uma parcerla significativa dos eleitores proteste através do voto em outsiders da política, expressando o seu descontentamento e a sua expectativa por mudanças de atitude, comportamento e atuação da classe política, é preciso que o eleitor tenha cuidado e consiga diferenciar quem realmente quer promover mudanças e quem só está fazendo um discurso populista e oportunista. Além disso, é preciso entender quais as mudanças que estão sendo propostas: mudar só vale a pena se for para avançar em direção a uma democracia mais forte, inclusiva e justa, que reconheça os direitos individuais e coletivos de todos.
A democracia vai mais além de possibilitar que as pessoas (no caso, os políticos), expressem suas opiniões diferentes daqueles que estão no poder, de crititicar propostas e políticas adotadas e defendidas pelo governo, de fazer denúncias de falta de decoro parlamentar, corrupção etc. Em uma democracia, ocorrem enganos, debates, denúncias e protestos — só não podemos aceitar que crimes sejam cometidos por políticos que fingem estar comprometidos com a democracia, enquanto “trabalham” contra ela.
Viver em democracia implica ter e respeitar direitos e cumprir e cobrar o cumprimento dos deveres de cada membro desta sociedade. Nem sempre, as pessoas conseguem equilibrar as suas necessidades e as expectativas individuais com aquilo que é o melhor para a coletividade. Voltando ao caso dos políticos oportunistas, que pegaram carona nas redes sociais para passar uma imagem falsa de que são democratas e se preocupam com o povo e com o Brasil, é urgente que estes falsos representantes da maioria, comecem a ser punidos pela divulgação de mentiras e discursos de ódio e preconceito nas redes sociais.