A maioria dos brasileiros não tem dinheiro nem para um pé de frango, quanto
mais para comprar um pedaço de queijo suíço, que é cheio de furos, mas muito
apreciado por aqueles que já o provaram. Recentemente, a Suíça, que além de
produzir o alimento e também ser conhecida por seus relógios caríssimos e por
ser um paraíso para os milionários que não querem que seus saldos bancários
sejam revelados, também é o segundo país que mais importa e exporta ouro
no planeta.
Até aí, ok. Mas você deve estar perguntando: o que isso tem a ver com a
FUNAI? Acontece que, há alguns dias, a Associação de Fabricantes e
Comerciantes de Artigos de Ouro decidiu não mais comprar o mineral extraído
de terras indígenas invadidas de forma ilegal por garimpeiros, e, logicamente, a
nossa maltratada Amazônia é um dos alvos.
É preciso refletir sobre os erros e os crimes cometidos pelo atual governo
contra nossos povos originários. O que leva um país como a Suíça, um das
nações mais tolerantes com dinheiro de origem obscura, a não admitir o
ingresso em suas fronteiras de ouro extraído de forma ilegal, criminosa e
devastadora do meio ambiente? É um claro sinal de que tudo tem um limite e
que apenas o governo atual de Terra Brasilis não enxerga isso – nem
tampouco, a responsabilidade coletiva de preservação do planeta.
O pai do capitão cloroquina foi garimpeiro e passou algum tempo na Serra
Pelada. No início do seu desgoverno, o famigerado “Minto” recebeu um abaixo
assinado, com, mais ou menos, 500 assinaturas, pedindo a legalização do
garimpo. E pior, ele tem cumprido, à risca, o perverso plano de escancarar a
Amazônia a mais essa prática criminosa.
Não podemos nos esquecer que, apesar de falar em patriotismo, o chefe das
Forças Armadas fecha os olhos para o crescimento do crime organizado, do
narcotráfico, da invasão das terras demarcadas dos indígenas, da violência
contra aqueles que levantam suas vozes e dedicam suas vidas para proteger a
Amazônia e seus povos. O desprezo com os seres humanos que somente
querem um pedaço de terra para viver segundo a sua cultura e os seus
costumes é uma das marcas registradas do atual governo entreguista.
Desmontaram o INPE, que, regularmente, levantava dados e elaborava
relatórios sobre o avanço do desmatamento ilegal na região amazônica. As leis
e a fiscalização sobre a extração e venda ilegal de madeira foram rasgadas e
paralisadas, para que a boiada passasse. Além disso, não podemos esquecer
da apreensão de um imenso lote de madeira, ILEGALMENTE exportada pela
polícia aduaneira dos Estados Unidos.
Desmontaram a FUNAI para que os garimpeiros ilegais e os senhores do
agronegócio ampliassem as fronteiras agrícolas para dentro de áreas
demarcadas e de preservação. Hoje, a FUNAI possui mais da metade das suas
vagas em aberto e o seu orçamento foi reduzido em mais de 40%: esta é a
perversa estratégia de estrangular uma instituição tão importante, para atender
aos interesses daqueles que bancam o capitão marionete com suas bravatas e
mentiras.
Toda a legislação de fiscalização ambiental, de proteção às tribos indígenas e
de combate ao crime na Amazônia, foi transformada em queijo suíço. Através
dos seus furos, escoam as riquezas do nosso país e as águas contaminadas
pelo mercúrio e pelo sangue de brasileiros e estrangeiros, que defendem um
planeta habitável e uma sociedade mais igual e solidária.
Nosso povo morre de bala, de fome, por falta de hospitais e de vacinas. A
riqueza do Brasil é alvo de bandidos de colarinho branco, donos de tratores, de
milhões de cabeças de gado e de imensas plantações, cujos alimentos não
chegam à mesa de milhões de brasileiros, sem falar naqueles que seguram a
Bíblia em uma das mãos, e, com a outra, contam o dinheiro arrecadado de
forma pecaminosa justamente dos que mais precisam.
Enquanto isso, o capitão cloroquina gasta milhões em seu cartão corporativo,
faz campanha política ilegal em suas alienadas motociatas, usa o nome de
Jesus para justificar a compra de armas e elogia parte da caserna que se
preocupa com as urnas eletrônicas. Ele come picanha, toma cerveja e espera o
efeito do Viagra bater, em vez de proteger o povo e o país, que são a sua
verdadeira razão de ser.
Apesar de ter direito de comer queijo suíço, o povo brasileiro já se sentiria
menos infeliz, se não dormisse de barriga vazia.