A degradação moral da política no atual (des)governo

Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem” Rosa Luxemburgo

A maioria das pessoas repete o mantra de que política não se discute. Muitos acham que a política é coisa de corrupto, que os indivíduos de bem não têm força para mudá-la, e, portanto, acabam tornando-se reféns do seu afastamento da vida pública.

Realmente, a qualidade da política praticada no Brasil está em um patamar sofrível – tamanho o descaso com o bem comum e com as regras republicanas de funcionamento dos Três Poderes, além da confortável sensação de impunidade, que levam a maior parte dos políticos a se apropriarem do que não é deles, em uma escala jamais vista.

Mas qual saída para mudar a terrível e miserável realidade de mais de 200 milhões de brasileiros? O que devemos fazer para romper as correntes que nos prendem, voltarmos a acreditar no nosso país e sonharmos com dias melhores? Vamos nos armar!

Armar-nos de informações verdadeiras e de solidariedade com o próximo, para defender nossos direitos e os direitos das gerações futuras, lutando pela cidadania e pela justiça social, e redirecionar a política brasileira para as suas reais finalidades. Para isso, devemos ter claro que devemos entrar de cabeça no campo político, sob pena de continuarmos reféns de uma elite exploradora, que só pensa no poder e no lucro fácil.

Nossa arma mais potente é o voto. É preciso falar de política sim, é preciso votar em quem tem compromisso com o povo.

A política é essencial para a solução de conflitos sociais e econômicos, pois ela propicia a negociação, o debate e a construção coletiva de iniciativas públicas e privadas capazes de priorizar o equacionamento de diferentes interesses, que devem ter como objetivo maior o bem comum.

PGR – Protetor Geral de Roedores

A Democracia é o único sistema político que permite a existência de defensores e críticos de seus princípios, mas, quando estas opiniões não são devidamente embasadas e responsáveis, a Democracia se enfraquece. O Brasil passa por um desses momentos, de muitas críticas e poucas soluções.

Ocorre que, quando se faz uso inadequado das instituições e das estruturas que sustentam a Democracia, os interesses menores – e geralmente não republicanos – sobrepõem-se às necessidades do povo e do país. O equilíbrio entre os Três Poderes passa pelo respeito à coisa pública, entretanto, existem ocupantes de certos cargos que têm como único objetivo acobertar e evitar que aqueles que deturpam a política para se enriquecerem sejam levados aos tribunais para prestarem conta de seus atos espúrios.

O exemplo mais claro que temos no atual desgoverno é a postura do Procurador Geral da República, que realiza inacreditáveis malabarismos jurídicos com o propósito de proteger os mais próximos do capitão presidente, os quais, claramente, cometem verdadeiros assaltos devidamente comprovados ao erário público. 

Esse comportamento inadequado institucionaliza a impunidade, faz o povo se afastar do debate político, enfraquece a Democracia e ainda impede que a cidadania seja exercida na sua plenitude, além de perpetuar as desigualdades sociais em nosso país. 

Os agentes públicos eleitos, concursados ou nomeados, são pagos com o dinheiro do contribuinte. Eles não podem atuar de forma corrupta e contrária aos interesses coletivos prioritários e jamais poderiam comportar-se como roedores da Democracia e do bem-estar social.

Para que serve um vereador global?

Ao longo de décadas, a população brasileira foi induzida a associar a política a práticas corruptas, enriquecimento ilícito e favorecimento de parentes e amigos. Outra estratégia empregada é a manipulação da informação, como forma de impedir a efetiva participação social. Quanto mais nos afastamos da participação política, mais espaço é dado para que as elites no poder continuem a explorar nosso povo e as nossas riquezas, gastando o dinheiro público em benefício próprio.

É absolutamente escandaloso e imoral o comportamento de um dos filhos do capitão presidente – que, apesar de ter sido eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, é constantemente visto em Brasília, sempre ao lado do papai. 

A mais nova aberração da política nacional é a criação do cargo de vereador global, que acompanha o presidente em viagens internacionais, colocando-se acima dos ministros e atuando como o controlador das mídias sociais do governo e da fábrica de fake news instalada no Palácio do Planalto.

Qual o benefício que essa situação traz para o povo brasileiro? Qual o motivo do vereador global ter espaço ao lado do presidente, enquanto ministros são preteridos e não podem nem sentar-se à mesa durante visitas oficiais?

A resposta é clara: a estrutura governamental está sendo usada para atender interesses de familiares e amigos mais próximos. A mamata não iria acabar, o “toma lá, dá cá” não seria combatido? Acorda, Brasil!

Os discursos oportunistas são tão ou mais prejudiciais ao Brasil como a corrupção. Um sistema democrático não pode se fortalecer quando a mentira, a manipulação, a farsa e o negacionismo são as únicas formas de governar. É preciso acabar com a degradação moral da política brasileira!

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